A ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy anunciou sua saída do Solidariedade horas após a convenção do partido que decidiu apoiar a candidatura de Márcio França (PSB) à prefeitura da capital paulista.
No sábado, Marta manifestou apoio em vídeo enviado à convenção do PSDB que definiu a candidatura do atual prefeito Bruno Covas à reeleição, o que expôs seu rompimento com o Solidariedade, partido ao qual havia se filiado em abril.
A ex-prefeita, que comandou a Prefeitura de São Paulo entre 2001 e 2005, comunicou ao Solidariedade e ao juízo eleitoral sua desfiliação “em caráter irrevogável e irretratável, por motivos políticos que já se tornaram públicos e amplamente divulgados.”
O texto é dirigido a Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, e Pedro Nepomuceno, presidente do diretório municipal do Solidariedade e subprefeito de Santana.
Antes de apoiar Covas, Marta chegou a manter conversas para ocupar o posto de vice de uma eventual chapa encabeçada pelo petista Fernando Haddad, e também chegou a dialogar com Márcio França.
A ex-prefeita, que ficou por 33 anos no PT, havia anunciado em 2018 a sua aposentadoria com o argumento de que a relação de grande parte das legendas com o Executivo se dava na base do “toma lá dá cá numa afronta a todos os padrões de dignidade e honradez”.
Em abril, porém, filiou-se ao Solidariedade, legenda é comandada Por Paulinho da Força, recentemente condenado pelo Supremo Tribunal Federal por desvio de verbas do BNDES.
A aproximação com Covas iniciou-se em julho, quando Marta postou em suas redes sociais um vídeo em que relembrava o apoio que deu ao avô do prefeito, Mário Covas, no segundo turno da eleição para o governo do estado de 1998. Já governador, Covas retribuiu ao apo apoiá-la no segundo turno das eleições municipais de 2000 contra Paulo Maluf.
Em agosto, Marta participou de uma live com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em que defendeu uma união de forças políticas com vistas à eleição de 2022.
Bruno Covas citou o nome da ex-prefeita petista em inaugurações de obras nos últimos meses. Ela chegou a ser uma das cogitadas a vice na chapa do prefeito, o que fio rejeitado pela campanha tucana com receio de afastar o eleitorado mais conservador.
Nos últimos dias, Marta buscou convencer o Solidariedade a endossar a candidatura de Covas, mas encontrou resistências no partido.