Organizadores esperam recorde de público por popularização do evento nos últimos anos, turbinada pela participação de Isabelle Nogueira no BBB 24
Todos os anos, o município de Parintins, no interior do Amazonas, que conta com cerca de 112 mil habitantes, se prepara para “dobrar” de tamanho na última semana de junho, quando acontece o Festival Folclórico de Parintins. Em 2024, a expectativa é de cerca de 120 mil turistas na cidade para acompanhar a disputa entre os bois Caprichoso e Garantido.Playvolume
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É essa a dimensão do evento, um dos principais da cultura do Brasil, que movimenta todos os anos milhões de reais, centenas de voos, equipamentos tecnológicos para transmissão em Full HD, inúmeras celebridades e milhares de visitantes… todos com destino à “ilha da magia”, no meio da Floresta Amazônica.
Segundo Ian Ribeiro, presidente da Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur), por trás do festival existe uma grande estrutura montada que sai de Manaus, capital do estado, semanas antes para a organização do festival.
Isso envolve equipamentos, veículos e trabalhadores de diversas áreas. “O governo leva um quantitativo de pessoas muito alto. Você aumenta policiamento, viaturas, Corpo de Bombeiros, funcionários de saúde. É uma mobilização muito grande para realização do festival. É uma ilha, então vai tudo por balsa, né? Toda a estrutura do festival sai de Manaus. A estrutura de som, iluminação de câmera, leds, toda a estrutura do receptivo de turistas, todas as tendas montadas, todos os pavilhões, tudo vai de balsa de Manaus para Parintins.”
A expectativa para o Festival de Parintins em 2024 é de recorde de turistas na ilha tupinambarana. A Amazonastur, responsável pela recepção dos visitantes, espera receber cerca de 120 mil pessoas na cidade. Isso significa mais do que dobrar a população comum de Parintins, que é de 112 mil habitantes.
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Naturalmente, a cidade não conta com espaço hoteleiro para receber tantos turistas. É por isso que os organizadores tentam, a todo custo, acomodar e receber bem o maior número possível de pessoas nos hotéis e pousadas disponíveis. “Nossa equipe fica mais de 20 dias na ilha fazendo todo o preparativo. Ir aos hotéis, dar os treinamentos, fazer as capacitações, as adequações que precisam ser feitas, regularizar os empreendimentos”, diz Ribeiro.
Em Parintins, um dos principais meios de transporte é o triciclo — considerado patrimônio da cidade. Até esse ponto é reparado e preparado para ter uma recepção adequada aos turistas, relata Ian. “Tem os tricicleiros também. A gente normalmente dá um novo uniforme para esses tricicleiros, para o Festival de Parintins. Dá a reforma dos triciclos também para que eles possam trabalhar de uma forma melhor, para agradar mais os turistas, né? São patrimônios culturais de Parintins.”
A cidade conta com diversos pontos para recepção de turistas durante o dia, como Turistódromo (onde é possível viver a cultura amazonense e conhecer um pouco da história dos bumbás), a Praça Digital, o Porto de Parintins e a praça principal da cidade, onde fica a Catedral de Nossa Senhora do Carmo, padroeira da cidade.
Além da recepção aos turistas, a Amazonastur espera que outro recorde seja quebrado: o de arrecadação. Em 2023, o turismo gerou R$ 146,6 milhões para a economia de Parintins durante o Festival Folclórico, a melhor marca da história até então. O número significou um aumento de 30% em relação ao mesmo período de 2022. Para este ano, a expectativa é que o montante gire em torno de R$ 150 milhões de reais.
Para Ian Ribeiro, o valor deixado pelos visitantes na ilha amazonense é de grande importância. “Isso é fonte de renda para muita gente durante o ano todo, até o ano seguinte.” Ele ressalta, também, o aumento da rotatividade no comércio da cidade. “Na semana do festival, uma pessoa recebe, em um restaurante, um número maior do que recebe o ano todo. Se um restaurante tá lotado, o turista procura outro, e outro… acaba que todo comerciante consegue vender.”
Ian também destaca que, nos últimos anos, nota-se o aumento de estabelecimentos relacionados a alimentação na cidade. “As pessoas estão abrindo novos restaurantes, novos bares, até com pegadas diferentes do que normalmente tem na cidade. Bares mais sofisticados, com drinks mais específicos e bem elaborados. As pessoas estão vendo a demanda crescer, né.”
“É da nossa terra, tá na nossa tela” é o slogan da TV A Crítica, emissora amazonense que é parceira do Festival de Parintins há 35 anos — sendo os últimos 10 ininterruptamente. Integrante da Rede Calderaro de Comunicação, a emissora leva para a ilha da magia uma grande estrutura de transmissão, de onde são geradas imagens em full HD transmitidas pela TV e pela internet, através do canal da A Crítica no YouTube.
O vice-presidente da empresa, Dissica Calderaro, diz que todo o material da empresa sai de Manaus quase um mês antes do festival. Tudo é levado de balsa até Parintins. “Com 25 dias para o festival, embarcamos todo o material que vamos utilizar na transmissão. Contamos com caminhões de transmissão, carros para as equipes, equipamentos… tudo para dar suporte para o nosso time conseguir desempenhar um bom trabalho.”
Dissica destaca o número de funcionários que a Rede Calderaro envia para Parintins — e toda a estrutura que a empresa monta para conseguir transmitir o Festival em multiplataforma. “Levamos cerca de 130 pessoas só para a transmissão na TV e no YouTube da A Crítica. Se contar as mídias digitais e a rádio do grupo, são cerca de 160 pessoas. Imagina alocar tudo isso num lugar que tem uma grande dificuldade hoteleira? Todo ano reservamos um hotel inteiro, de 3 andares, só para a nossa equipe.”
Publicado em CNN NOTICIAS